Descoberta brasileira pode redefinir o uso medicinal do canabidiol
A comunidade científica brasileira acaba de dar um passo significativo na pesquisa de alternativas para o uso medicinal do canabidiol (CBD). Pesquisadores da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) identificaram a presença do CBD na Trema micrantha blume, uma espécie nativa brasileira, sem a associação com o tetrahidrocanabinol (THC), conhecido pelo seu efeito psicoativo presente na Cannabis sativa. Essa descoberta pode abrir caminhos para a utilização do CBD para fins medicinais sem as barreiras legais associadas à Cannabis.
O coordenador da pesquisa, Rodrigo Soares Moura Neto, do Instituto de Biologia (IB) da UFRJ, destaca que a Trema micrantha blume pode superar as atuais restrições legais relacionadas ao CBD. Atualmente, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) impõe uma restrição de 0,2% de THC nas fórmulas de CBD comercializadas. No entanto, essa limitação não se aplicaria à planta brasileira, pois ela não contém THC. Além disso, não haveria restrições legais para o cultivo, já que a planta pode ser cultivada livremente no Brasil.
A pesquisa, financiada pela Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Rio de Janeiro (Faperj), está mapeando métodos eficazes de análise e extração do canabidiol da Trema micrantha blume. Os pesquisadores planejam iniciar processos in vitro nos próximos seis meses para avaliar a eficácia do CBD extraído dessa planta em comparação com o CBD da Cannabis sativa. Essa descoberta representa uma potencial fonte mais acessível e fácil de obter o canabidiol, contribuindo para expandir as opções terapêuticas disponíveis.
Com informações da Universidade Federal do Rio de Janeiro:
https://ufrj.br/2023/06/planta-nativa-brasileira-produz-canabidiol-sem-associacao-com-substancias-alucinogenas/