Cientistas da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e da Universidade Federal da Integração Latino-Americana (Unila) estão conduzindo um estudo pioneiro sobre o uso de substâncias extraídas da Cannabis sativa, popularmente conhecida como maconha, para o tratamento das doenças de Parkinson e Alzheimer. Os ensaios clínicos são os maiores do mundo nesta área, envolvendo 140 pacientes (70 com cada doença) e um período de três anos. Os estudos serão realizados em diversas localidades, incluindo Florianópolis, Rio do Sul e Foz do Iguaçu.
Os pesquisadores avaliarão os efeitos de dois canabinoides, o canabidiol (CBD) e o tetrahidrocanabinol (THC), em comparação com um placebo, para verificar a eficácia desses compostos no tratamento das doenças neurodegenerativas. Os pacientes passarão por avaliações periódicas para monitorar sintomas como tremores e questões de movimentação em pacientes com Parkinson, e memória em pacientes com Alzheimer, além de sintomas relacionados a ansiedade, depressão e qualidade do sono.
O estudo enfrenta desafios logísticos e burocráticos para a obtenção dos canabinoides, mas representa uma oportunidade importante para avançar no conhecimento sobre o uso terapêutico da cannabis no Brasil. Os resultados podem trazer novas perspectivas para o tratamento de Parkinson e Alzheimer, bem como ajudar a reduzir estigmas e ampliar as possibilidades de uso medicinal da planta. Os pesquisadores continuam recrutando pacientes com Alzheimer para participar do estudo em Foz do Iguaçu.
Com informações da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC):
https://noticias.ufsc.br/2024/03/ufsc-estuda-substancias-da-cannabis-para-tratamento-de-parkinson-e-alzheimer/