Respondendo de forma rápida: sim e sim, a maconha é considerada uma droga e também um medicamento fitoterápico.
De acordo com o dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, é uma substância usada em farmácia, tinturaria, laboratórios químicos, entre outros usos. Além disso, é também uma substância que altera a consciência e pode causar dependência. Com base nessa definição, é quase impossível encontrar um membro da sociedade que não recorra a uma “drogaria” de vez em quando, independentemente de ser a favor ou contra a liberação das drogas.
Segundo a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (SENAD), “Drogas são substâncias utilizadas para produzir alterações, mudanças — nas sensações, no grau de consciência e no estado emocional”. Essa definição inclui a maconha, cocaína e heroína, mas também café, chocolate e Prozac, sem falar no álcool e no cigarro. Do ponto de vista legal e jurídico, existem drogas livres, que qualquer um pode comprar sem controle (álcool e cigarro); as de uso controlado (que podem ser compradas com receita médica), e as ilegais.
Enquanto a maconha é severamente combatida. o cigarro e o álcool são facilmente encontrados em qualquer supermercado. mercearia, bares ou vendas de esquina. O efeito da legalidade quanto ao uso dessas drogas é devastador. Segundo dados do Ministério da Saúde uma das doenças causadas pelo tabagismo é o DPOC (Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica) que atinge cerca de sete milhões de pessoas no país e é a quarta causa de morte no mundo (ClicFolha, 2016). Quanto ao uso do álcool o problema maior é quando está vinculado à direção.
A intenção de abordar um assunto polêmico, como a maconha, em um livro-reportagem é mostrar que nem toda droga é de todo ruim. O objetivo de “Reféns: quando o preconceito vence a medicina” não é fazer apologia ao uso indiscriminado de drogas, mas sim chamar a atenção para todos os benefícios que a “droga” pode oferecer a partir do momento em que o cultivo, as pesquisas e o uso medicinal da erva forem descriminalizados e/ou regulamentados.
‘Reféns” tem a finalidade de esclarecer e conscientizar quanto aos benefícios que são oferecidos pelos diversos componentes da cannabis.
Os assuntos polêmicos devem ser colocados em debate. os benefícios não podem ser ignorados ou ocultos por medo ou a discriminação. Muitas pessoas que já enfrentam problemas sérios de saúde. Precisam também enfrentar o preconceito. a burocracia. o medo e a ilegalidade em busca de um alívio para os males que afligem sua saúde e colocam em risco sua vida. É exatamente ‘quando a medicina perde para o preconceito’. Mas qual o problema em buscar um escape, uma saída? Seria falta de humanidade, falta de empatia ou as autoridades estão mesmo preocupadas com o bem maior. quando não permitem que uma mãe tenha direito de amenizar o sofrimento do seu filho? Ou quando não permitem que um paciente em estado terminal tenha a chance de aliviar seu sofrimento?
Falar de maconha, como disse Fernando Gabeira (2002), é espalhar um rastro de discórdia.
Esperamos que “Reféns” desmistifique a planta e proponha debates mais amplos e inclusivos.